As famílias no mundo inteiro e principalmente no Brasil estão cada vez mais preocupadas com o uso de drogas em suas casas e aquelas que vivem esse problema na sua  realidade  estão desesperadas e buscam diversos caminhos de ajuda.

O Relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), 2016, calcula no seu último relatório mundial de uso de drogas que cerca de 5% da população adulta, ou 250 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos, usou pelo menos algum tipo de droga em 2014, isso quer dizer que uma a cada 20 pessoas entre 15 e 64 anos fez uso de entorpecentes.

E ainda se perguntam por que seus filhos entram no caminho das drogas, com tantas informações, com melhor forma de diálogo e porque existem tantos adolescentes e jovens que as experimentam?

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As drogas fazem parte de nossa história, sempre existe algo que nos distrai e nos torna mais relaxados para lidarmos com as situações do dia a dia.

Adolescentes experimentam e usam drogas por curiosidade, além de se adequarem ao grupo com o qual convivem e do desafio de encarar o novo.

Culturalmente somos incentivados a beber muito cedo: nas festas de família, nos encontros de finais de semanas, no happy hour; as propagandas sempre nos motivam a consumir algo que nos dê conforto, que nos sintamos poderosos, homens lindos e mulheres maravilhosas, tudo em prol da venda e do consumo, mostrando um falso bem-estar das pessoas.

Temos poderosas empresas produtoras de bebidas alcoólicas e essas fazem, claro, o seu marketing para que seus lucros aumentem a cada ano que passa.

Ainda temos poderosos laboratórios farmacêuticos que, em nome da saúde, vivem fazendo propagandas ofertando alívios imediatos para dores, para emagrecer, para deixar o corpo maravilhoso.

E não devemos nos esquecer dos cigarros que exibiam belas propagandas, do homem que cavalgava com as belas paisagens, que fumar gera prazer.

No Brasil devido às preocupações com as consequências a Lei Anti-Fumo endureceu em vários sentidos, retirando propagandas e criando locais para fumar.

Todas essas formas de produtos são legalizados e disponíveis a todos que queiram consumir, com extensa oferta nas esquinas, nos grandes centros comerciais, no barzinho do lado de casa, fomentando aqueles que geraram dentro de si dependências e por muita das vezes por anos de consumo sem conseguir parar e provocando doenças físicas e até mesmos psicológicas.

E em escala estratosférica o aumento do consumo de drogas que não são legalizadas, conhecidas como ilícitas, no mundo e no Brasil traz consequências gigantescas para os usuários, para as suas famílias e para a sociedade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, no Brasil, o índice seja de 3% de dependentes na população geral, ou seja, 6 milhões de brasileiros.

O vício em drogas ilícitas é uma doença que prejudica não só o dependente, mas pelo menos 10 pessoas em torno do usuário, sendo elas: pai, mãe, irmãos, parentes, amigos, colegas de trabalho, companheiros.

Com um poder devastador das relações, da saúde e da construção de novos núcleos familiares.

E por muito tempo o dependente foi visto e podemos dizer que ainda é, como um safado, sem vergonha, que usa drogas e é um vagabundo que não quer saber de fazer nada.

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Mas deve-se deixar claro que o uso de drogas é sempre progressivo e a pessoa que se torna dependente desenvolve a chamada dependência química e que atinge 10% da população mundial, sendo escravizado pelas drogas.

Lembrando o que foi dito anteriormente, que os adolescentes e jovens continuam experimentando e curtindo as drogas apesar de todas as informações e das imagens de drásticas consequências causadas por quem usa.

Na verdade a droga é “boa”, a sensação de prazer existe, o poder de desligar do mundo, de se aliviar da tensão, de deixar pra trás o estresse, tudo faz aumentar a busca.

E a impressão que ela é “boa”, pois quem usa nunca conseguirá obter o mesmo prazer que sentiu na primeira vez que usou, nosso organismo se torna tolerante e cada vez mais precisa aumentar a quantidade para obter prazer, é uma busca interminável por migalhas de prazer.

Quem fomenta? Quem fornece? Quem vende? Quem produz tanta droga?

Essas são questões que atormentam cada um de nós e as famílias que vivem o drama do filho ou filha, usuários de drogas.

Na verdade, o que existe são grandes empresas fornecedoras das drogas, com concorrências, mas sobretudo com grande oferta.

Buscam a demanda de usuários do seu produto, através das escolas, das baladas, do trabalho, na cidade, na roça.

Essas empresas têm grandes empresários, aqueles que ficam curtindo sua grana no morro e também aqueles que viajam pelo mundo e ficam hospedados em grandes hotéis de luxo e esbanjam riqueza.

São empresas que pagam bem a plantação, aquisição, o transporte, a distribuição e por fim até chegar ao consumidor final.

Estão sempre aprimorando as suas drogas, com novos lançamentos, com novas formas de fazer chegar a quem interessa.

No mundo inteiro se gasta bilhões de dólares para combater a indústria de entorpecentes.

O poder da empresa do tráfico das drogas é comparado ao mesmo dos imensos holdings existentes no mundo.

Que tem a cada década se fortalecido por terem suas redes de acesso, pessoas de todas as influências, como políticos, juízes, delegados, empresários, profissionais liberais e tantos outros.

Como lidar contra tudo isso?

De que maneira lutar contra a dependência química?

Como vencer esse mal que nos amedronta e nos faz ficar até mesmo desesperados?

Pois famílias ficam desnorteadas, desestruturadas e doentes com a vivência de seu ente querido no uso das drogas.

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E essas famílias ao descobrirem que tem um filho usuário experimentam o sentimento de culpa, de vergonha e de raiva, mas devem aprender a lidar com o problema com serenidade e entender que, como a doença da diabetes, a dependência química deve ser cuidada com muita atenção, persistência e dedicação, além de buscar ajuda e apoio para enfrentar essa situação.

André Nunes

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